Por Ju-min Park e Jack Kim
SEUL, 29 Nov (Reuters) - A presidente da Coreia do Sul, Park
Geun-hye, pediu nesta terça-feira que o parlamento decida como e
quando ela pode entregar o cargo em reação a um escândalo de
tráfico de influência, levando a crise política do país cada vez
mais em direção a um território desconhecido.
O Partido Democrático, principal sigla da oposição, rejeitou
a oferta de Park, que classificou como uma manobra para escapar
do impeachment, e disse que irá continuar com seus esforços para
apresentar uma moção de impedimento no parlamento, o que
pretende fazer até sexta-feira.
Nenhum presidente sul-coreano deixou de completar seu
mandato único de cinco anos desde que o sistema democrático
atual foi implementado em 1987.
"Deixarei ao parlamento tudo a respeito do meu futuro,
incluindo a abreviação de meu mandato", disse Park em um breve
discurso televisionado.
Seu gesto dramático impõe o fardo de resolver a crise
política ao parlamento, que vem sendo controlado por uma
coalizão de partidos opositores desde que o conservador Partido
Saenuri de Park perdeu a maioria subitamente nas eleições de
abril.
Se a mandatária renunciar ou um voto de impeachment no
parlamento for confirmado pelo Tribunal Constitucional, será
preciso realizar uma eleição em 60 dias para escolher um
presidente para um mandato de cinco anos, e o primeiro-ministro
irá conduzir o país neste ínterim.
O cronograma apertado poderia levar os principais partidos
a tentar ganhar tempo para consolidar seus candidatos
presidenciais, e analistas políticos disseram que o parlamento
pode demorar meses para acordar um plano de saída para Park.
"Irei renunciar à minha posição de acordo com a lei assim
que se crie uma maneira de transferir o governo de uma maneira
estável que também minimize o vácuo e o tumulto político após a
decisão e a discussão dos partidos de oposição", disse Park com
voz firme.
(Reportagem adicional de Cynthia Kim, Christine Kim e Yun
Hwan Chae)